Elen Cristina Curi Ferreira, de 23 anos, namorada do empresário Felipe Lavina Machado, de 27 — morto a tiros em outubro do ano passado, no bairro Caonze, em
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense —, foi a responsável por planejar o assassinato do jovem. A conclusão faz parte do inquérito divulgado pela Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense durante coletiva na manhã desta sexta-feira.
De acordo com a DHBF, depoimentos de familiares de Marlon Paranhos da Silva, de 24, conhecido como Semente, e acusado de ter atirado contra Felipe, foram a peça chave para desvendar o crime.
— Os parentes afirmaram ter visto a Elen na casa do Marlon dois dias antes do crime. Disseram, também, que viram eles juntos algumas outras vezes e que mantinham uma relação de amizade — conta o delegado titular da especializada, Giniton Lages.
Ainda segundo o delegado, Semente foi morto pelo tráfico da Chatuba, em Mesquita, dia 29 de outubro, algumas semanas depois do crime, porque estava devendo ao chefe e também porque o teria desagradado com o assassinato do empresário:
— A dívida com o tráfico seria, inclusive, um dos motivos para roubar o dinheiro do Felipe. Além disso, Elen acreditava que o namorado guardava R$ 300 mil no cofre de casa e não R$ 10 mil, como foi encontrado no dia do crime. Esse dinheiro ia ser dividido por cinco pessoas: ela e mais quatro.
Semente teria atirado em Felipe após ser reconhecido, já que sua avó morava perto da casa do empresário. De acordo também com informações de Lages, outro bandido que participou do crime foi assassinado, mas a polícia não divulgou o nome.
Elen foi
presa na tarde desta quinta-feira. Ela estava em um apartamento na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Luigi Sirino dos Santos, de 20 anos, acusado de também ser participante do crime, também foi preso. Ele estava em Miguel Couto, Nova Iguaçu, e já tem passagem pela polícia.
Elen e Luigi já haviam sido detidos no dia 12 de novembro, duas semanas após o crime, mas ela beneficiou-se de um habeas corpus e foi libertada há 30 dias. Um menor, de 17, apontado também como participante, foi apreendido logo após o crime. Ele vai responder por ato infracional equiparado a crime de latrocínio (onde fica apreendido por até três anos e depois é liberado).
Elen e Luigi foram enquadrados no crime de latrocínio, o roubo seguido de morte. Na ocasião, foram levados R$ 10 mil que estavam na casa de Felipe, além de roupas e celulares. De acordo com a polícia, Elen facilitou o acesso dos criminosos à residência, em Mesquita. A pena para o crime pode chegar até 30 anos de prisão.
Elen chegou a afirmar ter sido vítima de um sequestro no dia em que o namorado foi morto. Em depoimento, na época, ela contou que foi vendada e agredida pelos autores do crime. A mulher também alegou que os suspeitos, três homens armados, chegaram à casa do empresário chamando-o pelo nome. Em seguida, o casal teria sido colocado em um carro e levado para Nova Iguaçu. Depois, Elen relatou ter levado coronhadas, sendo então abandonada com o veículo.
Felipe era dono da Academia Mega Physical, também em Mesquita. O empresário morava em cima da casa dos pais.